Pantanal recupera exuberância natural depois de 5 anos de chuva escassa
20/05/2025
(Foto: Reprodução) Na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal, a cheia faz toda a diferença na conservação e no turismo. Pantanal se recupera após cinco anos de chuvas escassas
No Centro-Oeste do Brasil, o Pantanal recuperou a exuberância natural depois de cinco anos de chuva escassa.
O barco voltou a ser o principal meio de transporte por lá. Os cavalos pastam no molhado, o gado atravessa a nado de um campo para o outro.
“Para o pantaneiro e para o Pantanal, no geral, é aquele ditado antigo: se tem água, tem peixe. É tudo, é fartura”, diz o empresário Alexandre Padilha da Silva.
As baías e cursos d'água temporários em Barão de Melgaço (MT) estão cheios. A vegetação aquática também voltou com tudo. Os ribeirinhos se juntam para abrir caminhos.
"Vai empurrando até ele tirar. Moita por moita para ele dar uma vazão. Daqui, ele vai sair no Rio Cuiabá", conta o comerciante José Braz Padilha da Amorim.
Pantanal recupera exuberância natural depois de 5 anos de chuva escassa
Jornal Nacional/ Reprodução
O Cuiabá é um dos principais rios que abastecem o Pantanal. É responsável por cerca de 35% da inundação. Em Poconé, fica uma das réguas mais antigas que medem o nível dele no bioma. Agora, mal se vê – bem diferente da seca em agosto de 2024. Nos últimos sete meses, choveu o volume esperado para o ano inteiro no bioma.
"O período chuvoso desse ano foi dentro da normalidade, e isso também proporcionou um período de inundação também dentro da normalidade, com um pouquinho atrasado em relação ao ciclo normal do Pantanal, mas uma inundação normal”, afirma Ibrahim Fontim da Cruz, professor de Recursos Hídricos da UFMT.
Na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal, a cheia faz toda a diferença na conservação e no turismo.
"Como está muito inundado, vai demorar mais para secar. Então, essa janela da temporada de seca e que tem possibilidades de haver incêndios florestais, ela é diminuída”, afirma Alexandre Enout, ecólogo do Sesc Pantanal.
Pantanal recupera exuberância natural depois de 5 anos de chuva escassa
Jornal Nacional/ Reprodução
O tuiuiú se esbalda na oferta de peixes. A água levou alimento e mudou a paisagem de um jeito que há muito tempo não se via. A vegetação chega a formar um tapete em alguns pontos todo florido, e esconde. Mas nas áreas alagáveis, nas margens da Estrada Transpantaneira, tem água agora e algumas delas viram piscinas naturais, que atraem os bichos e também as pessoas da região.
"A cheia, para mim, no Pantanal, é vida. É sequência de espécies. Sem cheia é impossível ter continuidade de vida aqui”, diz um morador.
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