Mudanças climáticas alteram rios da Amazônia e extremos se tornam mais frequentes

  • 21/07/2025
(Foto: Reprodução)
Amazônia sente os efeitos das mudanças climáticas Os brasileiros que vivem na Amazônia têm sofrido efeitos muito claros das mudanças climáticas — tanto no regime de chuvas quanto nos níveis dos rios da região. Na maior bacia hidrográfica do mundo, fenômenos extremos estão cada vez mais frequentes: são secas mais severas, grandes cheias e recordes de calor. O Rio Negro — que banha Manaus — é monitorado há 123 anos. Das dez maiores cheias registradas, sete ocorreram nos últimos 17 anos. A maior até agora foi em 2021, quando o nível das águas chegou a 30, 2 m. Os últimos anos têm sido de contrastes acentuados. Depois de duas das maiores cheias, o rio atingiu os patamares mais baixos já registrados para o período de seca, em 2023 e 2024. A faixa de areia extensa no porto de Manaus desapareceu em poucos meses. Em 2025, o Rio Negro chegou a ultrapassar a cota de inundação severa de 29 m. De acordo com André Martinelli, pesquisador em geociências do Serviço Geológico do Brasil, não é só o Rio Negro. Outros importantes rios da região também têm registros mais recentes de quebra de recordes. "O que a gente observa é que, apesar dessa não coincidência de tempo em cada uma dessas bacias, você vê um recorde sendo batido. Japurá, Juruá, Purus, Solimões, Negro — em épocas diferentes, mas em todas." Os pesquisadores já perceberam que, além dos intervalos menores entre os recordes, crescem as distâncias entre as mínimas e as máximas dos rios — o que pode ser uma tendência para os próximos anos. E isso causa impacto maior à população. Renato Sena, pesquisador há 39 anos do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), afirma que os rios sofrem os efeitos das mudanças do clima. "É uma mudança climática perceptível no regime de chuvas. Esse processo, para ser modificado — seja ele naturalmente, seja por ações humanas — vai levar décadas, talvez até centenas de anos, pra gente conseguir voltar ao padrão que a gente estaria anteriormente." André Martinelli reforça que a prioridade agora é investir em pesquisa. "É algo que ainda precisa de estudo, ainda precisa de mais evidências. A gente precisa agora é debruçar e investir em pesquisa e desenvolvimento de ações para minimizar esses impactos." Mudanças climáticas alteram rios da Amazônia e extremos se tornam mais frequentes Reprodução/TV Globo

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/07/21/mudancas-climaticas-alteram-rios-da-amazonia-e-extremos-se-tornam-mais-frequentes.ghtml


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